(2:10 am) 22/06/08
Não tens sentimentos. Confessei-te o que se passava na minha cabeça e nem pestanejaste. Não te deste ao trabalho de parares um minuto e ouvires-me. Não te deste ao trabalho de sentir as minhas palavras…!!
Quantas vezes mostrei aquela folha de papel ás pessoas que me rodeiam, a perguntar “Diz-me o que achas… achas que ele vai gostar? Não está demasiado sentimental…?”, eu perguntava, mordiscando o meu pulgar e desejando ter escrito algo melhor. Quantas vezes eu senti esperança quando me respondiam “Isto está lindo! Se ele não ficar contigo, fico eu!” ou “ Estou sem palavras… se o gajo gozar contigo ou te magoar, diz-me!”… Quantas vezes me acalmaram dizendo “Não te preocupes, ele vai compreender… ele é fixe.”… Oh, quantas vezes… (Estavam todos errados, não é verdade?)
Eu tinha tanto medo de te falar… de te dar uma simples folha com palavras escritas na minha feia caligrafia… Diziam-me “Vai!” e eu tremia só de pensar nisso… “Se me despachasse era melhor! Vou dar e sair dali!”, dizia vezes sem conta, com a resposta “Não! Fica! Preferes ficar a tua vida inteira a morrer de curiosidade quando podias saber a reacção dele?”… e que bela reacção tiveste, não foi? Nem me deixaste falar…
Apesar de me importar, vou fingir que não o faço… por isso, ri-te. Ri-te de tudo o que te disse, porque hei-de deixar de me importar e voltarás a ser-me indiferente.
A minha sina, o meu destino, é escolher as pessoas erradas, tu foste mais uma e mais virão. Mais uma que passou, magoou e ficou marcada. Vai demorar a esquecer, no entanto, há algo que nunca irás perceber… e isso é o mais triste em ti.
Tu és misterioso e eu cai nas tuas redes, mesmo não sendo o “peixe” que querias apanhar. Atraíste-me e eu deixei-me atrair… e afinal, não passas de uma ilusão… Mais uma…
Para J.B.